quarta-feira, 23 de março de 2011

EB 2,3 de Arrifana - Dar vida ao rio

Nos locais onde há mais água há mais vida!
Hoje já nem sempre é assim…


Rio Uíma é um afluente da margem esquerda do Rio Douro. Nasce no lugar de Duas Igrejas, na freguesia de Romariz, concelho de Santa Maria da Feira e tem a sua foz em Crestuma, no concelho de Vila Nova de Gaia, ligeiramente a jusante da Barragem de Crestuma-Lever.
Da nascente até à foz percorre, predominantemente de sul para norte, as freguesias de Romariz, Escapões (Nadais), Pigeiros (Várzea), Caldas de São Jorge, Lobão, Fiães, Vila Maior (todas do concelho de Santa Maria da Feira) Sandim, Lever e Crestuma (do concelho de Vila Nova de Gaia). De notar que a etimologia da palavra Crestuma está ligada ao rio Uíma, sendo a provável junção de palavra Crasto com Uíma.
É o principal curso fluvial do concelho de Santa Maria da Feira. Outrora um rio rico em trutas e outros peixes fluviais, desde há muitos anos que tem sido maltratado com descargas de efluentes industriais, inicialmente provenientes de indústrias ligadas a puericultura e brinquedos, localizadas nas Caldas de São Jorge e mais recentemente provenientes das pedreiras de extracção de granito, também da mesma zona.
Actualmente as preocupações ambientais são maiores, existindo até uma associação (Amigos do Uíma) de cariz ambientalista que tem procurado lutar pela sua preservação, até porque tem bastante importância no contexto da localidade termal das Caldas de São Jorge.
Os parques de lazer junto às suas belas margens são já muito visitados, nomeadamente o de Nadais-Escapães, o da Várzea-Pigeiros e outros mais, para além do Parque das Termas, na freguesia de Caldas de S. Jorge.

Dar Vida ao Rio

Ao longo da História, os rios desempenharam um papel fundamental para o homem, como abastecedor de água, como recurso de pesca ou como meio de transporte. Actualmente, contudo, algumas das actuações do homem na bacia fluvial podem trazer consigo graves alterações ao rio como ecossistema.
Sendo 2010 o Ano Internacional da Biodiversidade, não poderíamos ficar indiferentes, ao estado de «saúde», de um dos rios mais fragilizados do nosso concelho – o rio Uíma.
Foi motivados por esta preocupação que elaborámos o projecto “ Dar Vida ao RIO” com o qual foi feita a inscrição da escola E.B.2,3 de Arrifana no âmbito das disciplinas de Ciências da Natureza e Ciências Naturais, na 9ª edição do Prémio Fundação Ilídio Pinho “ Ciência na Escola”, cujo tema a concurso é “ Biologia/ Ciências da Terra e da Vida”.
Ao falarmos de espécies há sempre um esquecimento da biodiversidade microscópica, base de sustentação/alimentação dos rios. Observando essa diversidade de espécies ao longo do curso fluvial, formulando hipóteses, poderemos determinar as causas da redução do número de espécies de peixes, nomeadamente das trutas.
A implementação deste projecto consta basicamente em colheitas sucessivas de água do rio em questão em três locais diferentes: Romariz (nascente do rio), Escapães (Nadais) e Caldas de S. Jorge.
A razão da escolha destas três freguesias como locais para a recolha de água para análise, deve-se ao facto de serem localidades com actividades económicas diferentes, logo com impacto ambiental sobre o rio também diferente.
Numa fase inicial do projecto, analisaram-se, em laboratório, as propriedades físicas e químicas das águas imediatamente recolhidas, nos três locais, assim como, da fauna e flora microscópica (plâncton). Ao longo deste trabalho, é fundamental estabelecer a relação entre as propriedades das águas e a maior ou menor diversidade biológica, e determinar assim, o grau de poluição das águas que poderão ser a razão da redução de biodiversidade.
Numa fase de desenvolvimento do projecto, procedeu-se à montagem dos aquários nos quais foi introduzida a água recolhida em cada um dos três locais e, em seguida, a introdução de plantas com propriedades despoluidoras (Elódea e Lentilha-de-água).
Na actual fase de desenvolvimento do projecto, com a aplicação dos recursos que a escola dispõe, os alunos estão a fazer análises químicas, sucessivas, de amostras de água recolhida em cada um dos aquários, correspondentes a cada um dos três locais alvo do nosso estudo, de modo a fazer-se o controlo químico das águas e monitorizar a sua evolução ao longo do tempo. Quando a composição microbiológica e química das águas for a adequada, serão introduzidas ovas de trutas, nos diferentes aquários. Ficamos, para já, na expectativa de que tal seja possível e possamos, desta forma, criar em laboratório, com um processo natural, as condições necessárias à sobrevivência e evolução das trutas.
Os alunos estão entusiasmados e expectantes, pois também eles gostariam de ver devolvida ao rio toda a riqueza que, hoje, apenas ouvem relatar pelos seus pais e avós mas que um dia, este mesmo rio, deixou transparecer.

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